O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, afirmou durante audiência pública na Comissão de Transparência do Senado que o instituto não enfrenta uma crise gerencial, rebatendo denúncias de falta de diálogo e transparência. Ele destacou que a criação da Fundação IBGE+, ainda em discussão, surgiu de debates internos para ampliar o orçamento e negou sigilo no processo. Pochmann também ressaltou que as tensões diminuíram com a implantação de conselhos de coordenadores e a ampliação de discussões sobre carreiras e financiamentos.
Pochmann abordou os desafios da governança de dados no Brasil, alertando para o esvaziamento da soberania nacional devido ao avanço das big techs estrangeiras. Ele defendeu a necessidade de um novo modelo de governança, como o Sistema Nacional Soberano de Geociência, Estatística e Dados (Singed), que centralizaria informações públicas e reduziria redundâncias. Segundo ele, o Singed permitiria um monitoramento mais dinâmico de políticas públicas e otimizaria recursos.
O presidente ainda destacou avanços na gestão, como a elaboração de um plano de trabalho anual — prática antes inexistente — e a recuperação do quadro de servidores, com um acordo salarial firmado em 2024. Pochmann reforçou que o momento é democrático e de aprimoramento, garantindo que as pesquisas do IBGE mantêm sua integridade, sem riscos de interferência externa.