O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, negou que o instituto enfrente uma crise institucional, afirmando que o momento atual é de democratização, com espaço para manifestações dos servidores. Durante audiência pública no Senado, convocada após denúncias sobre gestão e a criação da Fundação IBGE+, ele defendeu a iniciativa como forma de captar recursos extras para ampliar pesquisas, garantindo que o processo foi transparente e que a fundação não compromete a integridade das atividades do órgão. Pochmann também destacou que o modelo ainda está em discussão, com diálogos envolvendo órgãos como o Ministério do Planejamento e o Tribunal de Contas da União.
O presidente abordou ainda os desafios para modernizar a governança de dados no Brasil, criticando o domínio de grandes empresas estrangeiras sobre informações e alertando para o risco à soberania nacional. Ele propôs a construção de um novo sistema integrado de gestão de dados oficiais, fortalecendo instituições públicas de estatística. A audiência contou com a presença de senadores, representantes da sociedade civil e servidores do IBGE, refletindo o interesse no tema.
A sessão foi solicitada por parlamentares após reclamações internas sobre falta de diálogo e transparência, que levaram à exoneração de diretores e à divulgação de uma carta aberta. Pochmann, no entanto, afirmou que as tensões têm diminuído com a criação de conselhos e debates sobre financiamento e carreiras no órgão. O encontro serviu para esclarecer dúvidas e reforçar o compromisso com a transparência, segundo o presidente.