O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a necessidade de soluções criativas e maior investimento para resolver o déficit habitacional do Brasil, estimado em 7 milhões de moradias. Durante o 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic), em São Paulo, ele afirmou que programas como o Minha Casa, Minha Vida, que já construiu 8 milhões de unidades, ainda são insuficientes. Lula citou a persistência de palafitas, como as da comunidade do Dique da Vila Gilda, em Santos, como um exemplo da urgência do problema, classificando a situação como “vergonhosa”.
O governo anunciou recentemente a expansão do Minha Casa, Minha Vida para a classe média, com a Faixa 4, que oferece financiamento de até R$ 500 mil a juros de 10,5% ao ano, utilizando recursos do Fundo Social do Pré-Sal e do mercado imobiliário. Lula enfatizou a importância da estabilidade política e jurídica para atrair investimentos e garantiu previsibilidade aos empresários do setor. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, elogiou a medida, mas pediu fontes recorrentes de financiamento e criticou os altos juros, que impactam a capacidade de investimento do setor.
Além disso, o setor da construção civil cobrou do governo a revisão de práticas como a contratação de serviços de engenharia por pregão eletrônico e prazos de pagamento mais claros nas licitações públicas. A CBIC também espera uma redução da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, para aliviar o custo do crédito e estimular a economia. Lula reforçou a importância da parceria entre governo, setor privado e Legislativo para avançar na solução do déficit habitacional e no desenvolvimento do país.