A decisão do governo brasileiro de conceder asilo político à ex-primeira-dama do Peru, condenada em um caso de corrupção ligado à Operação Lava Jato, provocou reações imediatas da oposição. Parlamentares apresentaram seis propostas legislativas e pediram investigações sobre possíveis irregularidades, incluindo o uso de um avião da Força Aérea Brasileira para transportá-la ao país. Além disso, solicitaram explicações formais ao Itamaraty e questionaram os critérios que embasaram a decisão, destacando preocupações com as relações bilaterais e o posicionamento do Brasil no combate à corrupção.
O ministro das Relações Exteriores do Peru afirmou que o asilo foi concedido em conformidade com a Convenção de Caracas, que obriga o país a garantir o salvo-conduto para a saída da ex-primeira-dama. Enquanto isso, o advogado responsável pela defesa negou qualquer irregularidade, classificando as críticas como uma tentativa de criar um fato político. Ele ressaltou que o governo agiu dentro das normas internacionais e que a oposição tem o direito de questionar, assim como o Executivo tem o de tomar decisões dentro da legalidade.
A condenação da ex-primeira-dama e do ex-presidente peruano envolve acusações de recebimento de recursos ilegais para campanhas eleitorais. Após a sentença, apenas o ex-presidente compareceu ao tribunal, enquanto a ex-primeira-dama buscou refúgio na embaixada brasileira em Lima antes de vir para o Brasil. O caso continua a gerar debates sobre os limites da proteção diplomática e seus impactos na política externa.