O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou veementemente a mudança de gênero no visto da deputada Erika Hilton, emitido pelo governo dos Estados Unidos. Durante um evento no Palácio do Planalto, Lula descreveu o ato como “abominável” e solicitou que o Ministério das Relações Exteriores se manifestasse oficialmente sobre o caso. A parlamentar, uma das primeiras mulheres trans eleitas para a Câmara dos Deputados, teve seu gênero registrado como masculino no documento, contrariando sua autodeterminação.
A deputada afirmou que o ocorrido reflete uma política de transfobia do governo anterior dos EUA, já que, em 2023, durante a gestão de Joe Biden, ela havia obtido um visto que respeitava sua identidade de gênero. Erika destacou que não busca retaliações, mas espera que o Brasil não seja tratado com desrespeito. Lula, por sua vez, defendeu que o país deve expressar sua inconformidade com a ingerência em documentos oficiais de cidadãos brasileiros.
O presidente também sugeriu que o Congresso Nacional envie uma carta ao Legislativo norte-americano, reforçando a posição do Brasil. Durante reunião com parlamentares, Lula pediu que a Câmara se manifestasse formalmente, enfatizando a importância de defender a soberania e os direitos individuais. O caso ocorreu em meio a cerimônias pela sanção de leis de proteção às mulheres, destacando a interseção entre políticas de gênero e relações internacionais.