O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou informações aos diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Polícia Federal após surgirem notícias sobre um possível ataque hacker brasileiro contra o Paraguai. A reunião, ocorrida no Palácio do Planalto no início de abril, contou com a presença do ministro da Casa Civil e teve como objetivo esclarecer os fatos sob a perspectiva tanto da inteligência quanto da PF. A divulgação de detalhes confidenciais em um inquérito policial gerou desconforto na Abin, ampliando as tensões entre as instituições no atual governo.
Relatórios da PF revelaram que um grupo suspeito, ligado à gestão anterior da Abin, teria monitorado autoridades do STF, parlamentares e jornalistas usando softwares de espionagem sem autorização judicial. Enquanto isso, o Paraguai abriu um processo criminal para investigar a suposta espionagem digital por parte do Brasil, o que levou à suspensão de negociações bilaterais. O presidente paraguaio afirmou que o caso prejudica a confiança entre os países do Mercosul, reacendendo antigas desconfianças.
O atual diretor da Abin foi ouvido pela PF para esclarecer se houve obstrução de informações sobre as investigações e se a gestão atual tinha conhecimento da suposta espionagem contra autoridades paraguaias. O caso continua a gerar repercussões diplomáticas e internas, com o governo brasileiro buscando respostas para preservar relações internacionais e a integridade de suas instituições.