Na quinta-feira (10), a polícia de Brasília reprimiu com gás de pimenta uma manifestação de indígenas que se aproximou do Congresso Nacional. O ato, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), integrava a programação do Acampamento Terra Livre (ATL) e reuniu mais de 7 mil participantes de diversos povos. O protesto visava defender direitos constitucionais e fortalecer o diálogo com os Poderes da República, mas terminou com confrontos e feridos, incluindo uma deputada federal.
Um áudio vazado de uma reunião na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelou uma frase agressiva dirigida aos manifestantes: “Deixa descer logo… deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça.” O autor da declaração foi identificado como um servidor do Itamaraty, que ocupava uma função administrativa no Setor de Proteção a Pessoas e ao Patrimônio. Na sexta-feira (11), o Ministério das Relações Exteriores afastou o funcionário e emitiu uma nota deplorando o ocorrido, ressaltando que ele não foi autorizado a se expressar daquela forma.
O incidente levantou questões sobre o tratamento dado aos protestos indígenas e a conduta de autoridades durante operações de segurança. O Itamaraty reforçou seu compromisso com os direitos humanos e o diálogo, enquanto organizações indígenas denunciaram a violência policial e a postura hostil de alguns agentes públicos. O caso continua sob análise, com expectativa de maiores esclarecimentos sobre as circunstâncias da reunião e a responsabilidade dos envolvidos.