A pirataria no futebol deixou de ser vista como uma infração menor e se transformou em um problema complexo, afetando clubes, emissoras, governos e toda a cadeia econômica do esporte. No Brasil, apenas 20% dos torcedores pagam para assistir aos jogos do Campeonato Brasileiro, enquanto 80% recorrem a transmissões ilegais, gerando um prejuízo anual de R$ 500 milhões para o setor. Clubes dependem cada vez mais das receitas de transmissão, e a evasão de recursos impacta investimentos em infraestrutura, categorias de base e até ações sociais.
Em nível global, a situação é igualmente grave. Na Espanha, clubes da La Liga perdem entre 600 e 700 milhões de euros por ano devido à pirataria, com 59% dos torcedores admitindo assistir a jogos ilegalmente pelo menos uma vez por mês. Para combater a prática, ligas e governos têm investido em tecnologia, como big data e machine learning, além de medidas judiciais e campanhas de conscientização. No Brasil, órgãos como o CNCP atuam para bloquear conteúdos ilegais, mas o desafio permanece significativo.
Além dos prejuízos financeiros, a pirataria coloca em risco a qualidade das transmissões e expõe os espectadores a fraudes e vírus. Especialistas destacam a necessidade de uma ação coordenada, envolvendo tecnologia, legislação e parcerias estratégicas, além de uma mudança cultural que valorize o consumo legítimo. O futebol, como indústria, depende dessa transformação para garantir sua sustentabilidade e continuar gerando empregos, impostos e valor para a sociedade.