Dois dirigentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) prestaram depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (17) como parte das investigações sobre um suposto esquema de espionagem ilegal durante o governo anterior. Os depoimentos ocorreram de forma simultânea, porém em salas separadas, prática comum em fases finais de apurações para evitar interferências. Os interrogatórios duraram várias horas, com um dos envolvidos deixando a sede da PF apenas perto das 23h.
A investigação apura não apenas possíveis irregularidades na gestão passada da Abin, mas também se houve obstrução por parte de integrantes da atual cúpula do órgão, indicada no governo atual. Além disso, há questionamentos sobre relatos de monitoramento indevido de autoridades paraguaias. O caso ganhou repercussão após a imprensa divulgar detalhes, levando até a uma reunião entre o ministro da Casa Civil e o diretor-geral da PF para verificar as informações.
A Abin emitiu nota afirmando que está à disposição para esclarecimentos, destacando que os fatos sob investigação remetem a decisões tomadas em gestões anteriores. O inquérito segue em andamento, com a PF coletando evidências e depoimentos para esclarecer as alegações de uso irregular da estrutura de inteligência do país.