Os contratos futuros de petróleo registraram queda nesta quinta-feira, 10, pressionados pelas preocupações com uma possível escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China, além do aumento surpreendente na produção da Opep+. O WTI para maio recuou 3,66%, fechando a US$ 60,07 o barril, enquanto o Brent para junho caiu 3,28%, para US$ 63,33. A decisão da Casa Branca de elevar as tarifas sobre produtos chineses para 145% ampliou os temores de impacto no crescimento econômico global e, consequentemente, na demanda por petróleo.
Analistas destacam que o conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo deve limitar a recuperação dos preços do petróleo. Scott Shelton, da TP ICAP, avalia que a pausa de 90 dias na aplicação de parte das tarifas americanas cria incertezas para investidores, desestimulando apostas no mercado de commodities. Além disso, o aumento na produção da Opep+ e seus aliados tem pressionado os preços, deixando-os abaixo do nível considerado equilibrado para produtores do Golfo, como a Arábia Saudita.
O Departamento de Energia dos EUA revisou para baixo suas projeções de demanda global por petróleo e preços neste ano, citando os riscos das tarifas comerciais. Caso a queda persista, governos de países exportadores podem ser obrigados a ajustar políticas fiscais ou reconsiderar seus volumes de produção. O cenário combina pressões geopolíticas e excesso de oferta, mantendo o mercado em alerta.