O petróleo bruto, a commodity mais negociada no mundo, vive uma forte volatilidade nos primeiros dias de 2025. O anúncio de novas tarifas sobre importações pelo governo dos EUA derrubou o preço internacional do barril, com o Brent atingindo menos de US$ 60, o menor valor em quatro anos. A perspectiva de uma recessão global, que reduziria a demanda por petróleo, somada ao aumento da produção pela OPEP, amplificou a queda, resultando em uma perda acumulada de mais de 15% em pouco mais de uma semana.
A Petrobras, cujo valor de mercado já perdeu mais de US$ 88 bilhões desde o anúncio das tarifas, adotou uma postura cautelosa, evitando repassar imediatamente a volatilidade aos preços dos combustíveis no Brasil. Especialistas destacam que a desvalorização do petróleo foi parcialmente compensada pela alta do dólar, mas alertam para os impactos nas contas públicas, especialmente em estados dependentes de royalties, como o Rio de Janeiro.
A instabilidade reflete o temor de uma guerra comercial prolongada e seus efeitos na economia global. Enquanto a União Europeia pausa retaliações aos EUA, a indústria brasileira se preocupa com uma possível inundação de produtos chineses no mercado internacional. O cenário sugere que a crise no preço do petróleo pode ser apenas o primeiro capítulo de um período de incertezas econômicas.