A projeção inicial para o petróleo Brent em 2024 era de uma média de US$ 75, cenário que se manteve nos primeiros três meses do ano. No entanto, após o anúncio de novas tarifas de importação pelos Estados Unidos em abril, o preço do barril caiu para US$ 60, impactando diretamente a economia brasileira. Segundo análise da XP, a queda afeta as receitas fiscais, os dividendos da Petrobras e a balança comercial, com perdas estimadas em R$ 32 bilhões para o governo federal, ameaçando a meta de resultado primário.
Além do impacto fiscal, a redução no preço do petróleo também pressionaria a balança comercial, com uma queda líquida de US$ 5,5 bilhões devido à menor exportação de petróleo e importação de derivados. O economista Tiago Sbardelotto destacou ainda que, caso a Petrobras adote a paridade internacional, o efeito inflacionário poderia chegar a 0,22 ponto percentual no IPCA. A volatilidade do mercado global, influenciada por decisões dos EUA e pela demanda chinesa, mantém incertezas sobre a recuperação dos preços.
O cenário atual exige atenção, pois a persistência do Brent abaixo dos US$ 60 pode levar a ajustes fiscais significativos, como um contingenciamento de US$ 25 bilhões. Enquanto isso, o mercado aguarda os próximos movimentos das políticas comerciais globais, que poderão definir a trajetória do petróleo e seus reflexos na economia brasileira.