Uma pesquisa realizada pelo instituto Nexus mostrou que 57% dos nordestinos consideram os eventos climáticos de 2024 mais severos do que o habitual, com 11% classificando-os como “muito piores”. Entre os entrevistados, 96% notaram aumento na temperatura, 90% observaram menos chuvas e 83% relataram secas mais intensas, especialmente entre moradores do interior com renda familiar baixa. Apesar disso, apenas 27% veem a situação como uma crise climática, enquanto 49% a reconhecem como um problema grave.
A preocupação com o futuro é evidente: 53% dos nordestinos acreditam que os eventos extremos, como secas e tempestades, se intensificarão nos próximos cinco anos. Essa percepção é mais comum entre jovens, mulheres, pessoas com ensino superior e aquelas com renda mais alta. Por outro lado, 20% esperam que os fenômenos climáticos sejam moderados até 2030. A meteorologista Morgana Almeida, do Inmet, destacou que os dados refletem uma crescente conscientização sobre as mudanças climáticas, alinhada com registros históricos de temperaturas recordes em 2024.
A pesquisa, que ouviu 1.216 pessoas no Nordeste em dezembro de 2024, também comparou os resultados com um estudo similar na Região Norte, onde 72% dos entrevistados relataram eventos climáticos mais severos. Os dados reforçam a urgência de ações globais contra as mudanças climáticas, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O executivo-chefe do Nexus, Marcelo Tokarski, ressaltou que a população mais vulnerável e com maior escolaridade demonstra maior sensibilidade ao tema.