Uma pesquisa realizada pelo instituto Nexus mostrou que seis em cada dez nordestinos avaliam que os eventos climáticos de 2024 foram piores do que o habitual, com 11% classificando-os como “muito piores”. Entre os principais impactos percebidos estão o aumento da temperatura (96%), menos chuvas (90%) e secas mais graves (83%), com destaque para a população de baixa renda do interior. Apesar disso, apenas 27% consideram a situação uma crise climática, enquanto 49% veem como um problema grave, mas não uma crise. A percepção varia conforme fatores como gênero, idade e escolaridade, sendo mais crítica entre mulheres, jovens e pessoas com ensino superior.
A pesquisa também apontou que 53% dos entrevistados acreditam que os eventos extremos, como secas e tempestades, serão mais intensos nos próximos cinco anos, com 8% prevendo um cenário “extremamente mais forte”. Por outro lado, 20% esperam que os fenômenos sejam moderados até 2030. A meteorologista Morgana Almeida, do Inmet, destacou que os resultados refletem uma crescente conscientização sobre as mudanças climáticas, alinhada com dados científicos que mostram o aumento das temperaturas e a frequência de eventos extremos no Brasil.
O estudo, que ouviu 1.216 pessoas no Nordeste em dezembro de 2024, segue uma pesquisa similar realizada no Norte, onde 72% dos entrevistados também relataram piora nos eventos climáticos. Os dados reforçam a preocupação da população com o tema, especialmente entre os mais vulneráveis, e destacam a necessidade de políticas públicas adaptadas às realidades regionais.