Uma pesquisa realizada pelo think tank Ranking dos Políticos indica que a regulamentação dos supersalários — remunerações acima do teto constitucional do funcionalismo público — pode avançar no Congresso Nacional. Segundo o levantamento, 85,5% dos deputados e 92,4% dos senadores reconhecem a necessidade de regulamentação, com a maioria acreditando que a proposta será aprovada ainda nesta legislatura. Na Câmara, 46,8% dos deputados defendem a inclusão de todos os proventos no teto, enquanto 38,7% preferem limitar apenas alguns benefícios. No Senado, a divisão é mais equilibrada: 46,2% apoiam a inclusão total, e a mesma porcentagem defende a exclusão parcial.
O diretor-geral do Ranking dos Políticos, Juan Carlos Arruda, destacou que o novo cenário político e a pressão social por responsabilidade fiscal reacenderam o debate. Ele afirmou que o Congresso tem uma “dívida com os brasileiros” no combate a privilégios, classificando a regulamentação como uma questão de justiça para o contribuinte. No entanto, Arruda ressaltou que as divergências sobre como implementar a medida — se incluindo todos os benefícios ou apenas parte deles — ainda são um obstáculo para as negociações.
A discussão sobre os supersalários não é recente: projetos para limitar remunerações ao teto do STF tramitam há mais de uma década, mas sempre enfrentaram resistências políticas e corporativas. A pesquisa, que ouviu 111 deputados e 26 senadores em março de 2025, sugere que o tema pode finalmente ganhar tração, embora os detalhes da regulamentação ainda precisem ser negociados entre os parlamentares.