Uma pesquisa inédita, coordenada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz e a Secretaria de Estado de Saúde do Espírito Santo, está sendo realizada em Alfredo Chaves para combater o mosquito maruim (Culicoides paraensis), vetor da febre oropouche. O estudo, que já coletou mais de 23 mil amostras do inseto — quase 18 mil infectadas com o vírus —, testa cinco inseticidas já usados contra outros vetores, mas nunca aplicados ao maruim. O objetivo é identificar o produto mais eficaz para reduzir a densidade vetorial e controlar a doença em todo o país.
Alfredo Chaves, cidade com o maior número de casos confirmados no estado (1.289), serve como piloto para a iniciativa. Os pesquisadores montaram um laboratório provisório no local para avaliar a ação residual e a eficácia dos inseticidas, cujos testes avançam agora no Rio de Janeiro. Caso os resultados sejam positivos, a aplicação em larga escala poderá ser feita ainda no primeiro semestre de 2025, usando bombas manuais para borrifar paredes e áreas de repouso do mosquito.
O Espírito Santo concentra 99% dos casos de febre oropouche no Brasil, com 11.185 confirmações desde dezembro de 2023. Apesar da redução recente nos números, a migração da doença para outras regiões preocupa as autoridades. Enquanto aguardam soluções definitivas, a população é orientada a adotar medidas preventivas, como uso de repelentes, roupas compridas e eliminação de matéria orgânica, além da instalação de telas finas em residências.