Um levantamento do IBGE divulgado em abril de 2025 mostrou que 68,8% da população brasileira reside em ruas sem rampas para cadeirantes, o equivalente a 119,9 milhões de pessoas. Apesar do número alto, houve melhora em relação a 2010, quando 95,2% da população vivia em vias sem acessibilidade. Estados como Mato Grosso do Sul (41,1%), Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%) lideram em infraestrutura para cadeirantes, enquanto Amazonas (5,6%), Pernambuco (6,2%) e Maranhão (6,4%) apresentam os piores índices.
O estudo também analisou outros aspectos urbanísticos, como calçadas, arborização e transporte. Embora 84% da população more em ruas com calçadas, apenas 18,8% delas estão livres de obstáculos. A arborização está presente em 66% das vias, com destaque para Campo Grande (91,4%), enquanto Salvador (34,1%) tem o menor percentual. Já a sinalização para bicicletas e pontos de ônibus ainda é escassa, com apenas 1,9% e 8,8% da população atendida, respectivamente.
A pesquisa destacou ainda disparidades raciais e regionais. Pessoas que se declaram amarelas vivem em áreas com melhor infraestrutura, enquanto pretos, pardos e indígenas enfrentam condições mais precárias, com menor acesso a calçadas, rampas e transporte público. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas para reduzir desigualdades e melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras.