O peso argentino registrou uma queda de aproximadamente 17% nesta segunda-feira (14), após o governo encerrar os controles cambiais e fechar um acordo de empréstimo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A moeda passou a operar em uma faixa flutuante entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar, alinhando-se às taxas do mercado paralelo, que chegavam a 1.350 pesos. A medida, anunciada na sexta-feira (11), visa atrair investimentos e estabilizar a economia, que enfrenta uma crise prolongada.
Os títulos internacionais da Argentina tiveram alta, com alguns ganhando mais de 4 centavos de dólar, refletindo a confiança do mercado nas novas políticas. O FMI liberará US$ 12 bilhões imediatamente e mais US$ 3 bilhões até o fim do ano, fortalecendo as reservas do país. Analistas, como o Goldman Sachs e o JP Morgan, avaliam que a flutuação controlada do peso e a demanda por moeda local por exportadores de grãos podem ajudar a reduzir a disparidade cambial para cerca de 5%.
O acordo com o FMI inclui metas de déficit zero e acúmulo de reservas, com foco em setores como energia e exportações. As mudanças representam um avanço na liberalização da economia argentina, após anos de controles rígidos. A administração atual busca consolidar a estabilidade macroeconômica por meio de austeridade fiscal e reformas estruturais, embora os desafios persistem.