Os deputados estaduais de Pernambuco discutem a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dobraria o percentual do orçamento destinado a emendas parlamentares, elevando o valor para R$ 900 milhões em 2026. Atualmente, o repasse previsto é de 1% da receita estadual, mas a PEC propõe aumentar para 2%, o que permitiria que cada um dos 49 deputados indicasse R$ 18 milhões em obras. A proposta, que já passou pelas comissões, não foi votada por falta de quórum, mas o relator afirma contar com apoio de 36 parlamentares.
O governo estadual demonstra preocupação com o impacto financeiro da medida. O valor proposto supera, por exemplo, os R$ 744 milhões investidos no trecho sul do Arco Metropolitano, obra estratégica para a região. A PEC é defendida como uma forma de equiparar Pernambuco aos repasses da União, mas críticos alertam para o peso nas contas públicas. Se aprovada, a mudança representaria um salto em relação ao atual escalonamento previsto por emendas anteriores, que limitariam o percentual a 1,2% até 2028.
Caso a PEC não seja aprovada, o valor disponível para emendas em 2026 seria de R$ 360 milhões, ou R$ 7,3 milhões por deputado. A expectativa é que a proposta retorne à pauta na próxima semana, reacendendo o debate sobre o uso de recursos públicos e o equilíbrio fiscal. O desfecho poderá influenciar não apenas o orçamento estadual, mas também a dinâmica política local.