Na vila de Cutud, em San Fernando, Filipinas, milhares de fiéis e turistas testemunharam os rituais extremos da Sexta-feira Santa, que incluem autoflagelação e crucificações voluntárias. Ruben Enaje, de 64 anos, participou pela 36ª e última vez da encenação da crucificação, realizada sob temperaturas de 39°C. Ele afirmou não aguentar mais o sofrimento físico, enquanto as autoridades locais já indicaram um sucessor para continuar a tradição.
Homens jovens, com rostos cobertos, marcharam em procissão flagelando as próprias costas com chicotes de bambu, buscando penitência ou orando por familiares doentes. Um instrumento de madeira com vidro afiado era usado para intensificar as feridas. Crianças também acompanhavam os cortejos, e alguns participantes relataram motivações pessoais, como pedidos pela saúde de entes queridos.
Apesar da desaprovação oficial da Igreja Católica, mais de 10.000 pessoas compareceram aos eventos em Pampanga, consolidando a tradição como um marco cultural e religioso. Enquanto alguns veem os rituais como demonstração de fé, outros questionam os limites entre devoção e autopunição.