A recente decisão do presidente dos Estados Unidos de reduzir temporariamente as tarifas de importação, enquanto mantém ou aumenta taxações para países como China, deixou empresas globais em estado de alerta. A medida, anunciada como uma pausa de 90 dias, pouco aliviou as preocupações de setores como automotivo, tecnologia e varejo, que já enfrentam custos elevados, cadeias de suprimentos disruptivas e queda na demanda. Empresas como Hugo Boss, BASF e Apple destacam a volatilidade das políticas comerciais e a dificuldade de planejamento a longo prazo, especialmente com a taxa tarifária média dos EUA chegando a 23%.
O impacto das tarifas já é sentido em diversos setores, desde calçados, com quedas nas vendas, até energia verde, onde investimentos estão sendo desacelerados devido à incerteza regulatória. Grandes montadoras, como General Motors e Volkswagen, acumularam estoques para mitigar riscos, mas alertam para perspectivas sombrias no final do ano. A interrupção temporária das tarifas não beneficia indústrias como aço e alumínio, que continuam sujeitas a taxações de 25%, pressionando empresas como a sérvia Testeral, que avalia demissões caso as medidas persistam.
A incerteza gerada pelas políticas comerciais dos EUA também preocupa investidores e planejadores financeiros, que veem riscos crescentes para a economia global. Com a temporada de balanços se aproximando e indicadores de confiança do consumidor em queda, as empresas se preparam para um cenário desafiador. A falta de clareza sobre o que acontecerá após os 90 dias deixa CEOs e economistas em suspense, enquanto tentam adaptar suas estratégias a um ambiente cada vez mais imprevisível.