Em um prefácio escrito dias antes de sua hospitalização final, o papa Francisco refletiu sobre a morte como um “novo começo” e a passagem para a eternidade. O texto integra um livro sobre a velhice, de autoria do cardeal Angelo Scola, que será publicado nesta semana. Francisco, que faleceu na segunda-feira aos 88 anos após sofrer um AVC e uma parada cardíaca, enfatizou que a vida eterna é algo que já se experimenta na Terra e que nunca terá fim.
Durante seu pontificado, o primeiro papa latino-americano da Igreja Católica frequentemente abordou o tema da morte, defendendo que ele não deveria ser evitado. Em 2019, em uma mensagem a jovens no México, ele afirmou que refletir sobre a morte ajuda a valorizar a vida. Suas palavras no livro reforçam essa visão, descrevendo a morte não como um fim, mas como a entrada em uma existência plena e eterna.
Francisco passou cinco semanas hospitalizado no início do ano devido a uma pneumonia dupla, mas havia retornado ao Vaticano há quase um mês, aparentemente em recuperação. Sua morte encerra um papado marcado por defesa dos pobres, conflitos com tradicionalistas e um estilo de vida simples, alinhado aos votos de pobreza da Companhia de Jesus, à qual pertencia.