O papa Francisco será o primeiro pontífice em 365 anos a ser sepultado na basílica de Santa Maria Maior, em Roma, distante cerca de 4 km da basílica de São Pedro, no Vaticano, onde seu corpo foi velado. A escolha reflete sua devoção pessoal à Virgem Maria, simbolizada pelo ícone mariano da Salus Populi Romani, diante do qual ele rezava regularmente desde o início de seu pontificado em 2013. Francisco será enterrado em um caixão simples de madeira, conforme seu testamento, que também pediu um túmulo sem decoração especial, apenas com a inscrição “Franciscus” e a reprodução de sua cruz peitoral.
A última vez que um papa optou por um local fora da basílica de São Pedro para seu sepultamento foi em 1878, com Leão 13º. Santa Maria Maior já abriga os restos de outros sete papas, incluindo Honório 3º e São Pio 5º. O funeral de Francisco ocorrerá na Praça de São Pedro, com a presença de cerca de 20 chefes de Estado, entre eles o presidente Lula, marcando o encerramento de um pontificado conhecido por sua transparência e liberalismo nos costumes.
Com a morte do papa aos 88 anos, vítima de insuficiência cardíaca e AVC, o cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo, assume interinamente até a eleição do novo pontífice. O conclave, que deve ocorrer entre 15 e 20 dias após o falecimento, envolverá 135 cardeais elegíveis, incluindo sete brasileiros. Especialistas apontam ao menos 12 nomes como possíveis sucessores, embora a tradição católica lembre que “quem entra papa no conclave, sai cardeal”.