O papado de Francisco, marcado por sua origem argentina e eleição histórica em 2013, refletiu uma transformação geográfica na Igreja Católica. Enquanto a Europa, berço tradicional do catolicismo, vê sua proporção de fiéis diminuir, a África e a Ásia registram crescimento acima da média populacional. Dados mostram que, nas últimas cinco décadas, essas regiões foram as únicas onde o número de católicos superou o crescimento demográfico, sinalizando uma mudança no centro de gravidade da Igreja.
Francisco, sensível a essa tendência, ampliou a diversidade no colégio cardinalício, incluindo mais representantes de países africanos e asiáticos. O próximo conclave pode ser o mais internacional da história, com cardeais de 71 países aptos a votar — um aumento significativo em comparação com eleições anteriores. Essa diversificação exige maior consenso para a escolha do próximo papa, já que muitos dos eleitores não se conhecem pessoalmente.
Além da dimensão religiosa, o papa manteve um papel ativo em conflitos globais, destacando-se por seu engajamento humanitário. Durante a guerra em Gaza, por exemplo, Francisco fez centenas de ligações para a comunidade cristã local, reforçando seu apelo por paz e cessar-fogo. Apesar de críticas de alguns setores, sua postura buscou equilibrar a tradição diplomática da Igreja com uma abordagem mais voltada para as crises contemporâneas.