O papa Francisco marcou seu pontificado por uma abordagem aberta e dialogante em relação a ateus e não crentes, contrastando com a visão mais conservadora de seus antecessores. Em declarações e ações, como o acolhimento a imigrantes e a defesa de causas sociais, ele demonstrou que o valor de uma pessoa não está na sua crença religiosa, mas em suas ações. Pesquisas mostram que essa postura elevou sua popularidade entre não religiosos, com 56% dos ateus e agnósticos nos EUA tendo uma visão favorável dele em 2023, contra 39% em 2013.
Francisco também promoveu uma Igreja mais inclusiva, abençoando casais do mesmo sexo e defendendo direitos humanos, o que ressoou entre grupos progressistas. Sua diplomacia global, como a mediação entre EUA e Cuba e o apoio a refugiados, reforçou sua imagem como um líder preocupado com justiça social. Ateus como o gaúcho Léo Kaufmann destacaram sua admiração pelo papa, mesmo sem compartilhar da fé católica, enxergando nele uma figura que enfrentou dogmas tradicionais.
Apesar do histórico conflituoso entre a Igreja e o ateísmo, Francisco representou uma mudança significativa, aproximando-se de outras religiões e defendendo valores universais. Seu legado, no entanto, deixa incógnitas sobre o rumo que a Igreja tomará após sua morte, com possibilidades de continuidade ou retorno a posturas mais conservadoras. Enquanto isso, sua influência permanece como um exemplo de diálogo entre fé e secularismo.