O papado de Francisco foi marcado por tensões significativas com setores conservadores da Igreja Católica nos Estados Unidos, onde uma oposição organizada e bem financiada criticou sua abordagem progressista. Desde sua eleição em 2013, o primeiro papa latino-americano e jesuíta promoveu uma agenda focada em justiça social, imigração e diálogo inter-religioso, contrastando com a visão mais tradicionalista de líderes católicos americanos. Suas críticas ao capitalismo e ao consumismo, além de sua defesa dos pobres e imigrantes, foram frequentemente interpretadas como “marxistas” por vozes conservadoras, ampliando o fosso ideológico.
A resistência a Francisco nos EUA manifestou-se em questões como a inclusão de comunidades LGBT, a priorização de temas como pobreza em detrimento do aborto e a postura acolhedora em relação a imigrantes. Figuras influentes dentro da Igreja americana, incluindo bispos e leigos, articularam publicamente suas discordâncias, acusando o pontífice de desviar-se da doutrina tradicional. Enquanto isso, Francisco adotou medidas firmes contra críticos radicais, como a remoção de cargos e até excomunhões, reforçando sua disposição de modernizar a Igreja, mesmo enfrentando oposição.
Apesar das controvérsias, Francisco manteve seu compromisso com uma Igreja mais inclusiva e sinodal, enfatizando a misericórdia e a atenção aos marginalizados. Sua gestão enfrentou desafios adicionais, como acusações de encobrimento de abusos sexuais e pressões políticas, especialmente durante o governo Trump. O legado do papa, no entanto, permanece como um esforço para equilibrar tradição e reforma, deixando um impacto duradouro na Igreja Católica global.