Nos dias seguintes à sua morte, o Papa Francisco foi lembrado como um reformador e guardião da doutrina católica, equilibrando modernidade e tradição. Um de seus últimos escritos, um prefácio inédito para um livro dirigido a jovens católicos, reforça a visão da Igreja sobre o casamento como união sagrada entre homem e mulher, sem alterar a doutrina, mas com uma abordagem compassiva e acessível. O texto, fornecido ao The New York Times, ilustra seu estilo único de comunicação, usando metáforas como o tango para transmitir ensinamentos espirituais de forma envolvente.
Francisco destacou-se por conectar os princípios da Igreja às realidades cotidianas, abordando desafios como o divórcio e a fragilidade dos relacionamentos. Embora mantendo a doutrina tradicional, ele buscou ampliar a inclusão, permitindo, por exemplo, que padres abençoassem casais do mesmo sexo e facilitando a comunhão para divorciados recasados. Sua experiência pastoral moldou sua visão pragmática, como evidenciado no prefácio, onde ele encoraja os jovens a acreditar no amor permanente, mesmo reconhecendo as dificuldades.
O texto serve como um testemunho final de seu papado, destacando políticas como a exortação “Amoris Laetitia” e a proposta de programas preparatórios para o casamento. Para alguns, o legado de Francisco é de amor e acolhimento; para outros, uma lembrança de que ele não revolucionou a doutrina como esperado. Independentemente das perspectivas, sua mensagem final é clara: o amor, em sua forma mais pura, é uma jornada que vale a pena ser vivida com coragem e fé.