O Pantanal, bioma conhecido por suas inundações cíclicas, perdeu 61% de sua superfície de água nas últimas três décadas, segundo dados do MapBiomas. Juliano Schirmbeck, especialista que participou do programa Pauta 1, destacou que as inundações, antes duradouras e intensas, agora são mais raras e menos abrangentes. A degradação ambiental, somada a mudanças no uso da terra e ao desmatamento, agrava a crise hídrica, comprometendo a capacidade de armazenamento e regulação dos recursos hídricos.
Além do Pantanal, o Brasil vive uma gangorra de extremos: enquanto o Sul registrou a maior superfície de água em 40 anos em 2024, a Amazônia teve a menor no mesmo período. Schirmbeck alerta que o país já enfrenta uma crise climática, com ambientes naturais—como áreas úmidas e nascentes—sendo negligenciados. Esses espaços funcionam como “esponjas”, absorvendo água na estação chuvosa e liberando-a gradualmente durante a seca, mas sua degradação reduz a resiliência climática.
Diante desse cenário, o especialista defende soluções baseadas na natureza, como a preservação de ecossistemas e a restauração de áreas degradadas, para garantir segurança hídrica. “Estamos indo na contramão do que os números exigem”, afirmou. O tema está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente o ODS 13, que trata da ação contra as mudanças climáticas. A situação reforça a urgência de políticas públicas eficazes para combater a escassez de água e seus impactos globais.