O Panamá e os Estados Unidos assinaram um acordo bilateral que permite a presença temporária de tropas americanas em áreas próximas ao Canal do Panamá. O acordo, com duração inicial de três anos e possibilidade de renovação, autoriza o uso de instalações panamenhas para treinamentos e exercícios conjuntos, sem incluir a cessão de território ou bases militares permanentes. A medida busca fortalecer a cooperação em defesa contra ameaças compartilhadas, mantendo a soberania do Panamá sobre as áreas utilizadas.
O tema é sensível no país, que já abrigou um enclave militar dos EUA antes da devolução do canal em 1999. O governo panamenho enfatizou que o acordo não representa uma perda de soberania, excluindo termos como “bases militares” ou “presença permanente” após negociações. Autoridades locais destacaram que a iniciativa é temporária e focada em segurança, sem violar a lei panamenha que proíbe instalações militares estrangeiras permanentes.
A decisão ocorre em um contexto de tensões geopolíticas, com alegações não comprovadas sobre influência chinesa no canal. O acordo inclui o uso de duas bases aeronavais e um aeroporto, mas o Panamá manteve firmeza em não ceder controle territorial. O ministro das Relações Exteriores reforçou que o objetivo é enfrentar desafios comuns, como ameaças à navegação, sem comprometer a autonomia do país.