Daniel Gonçalves, morador de Juiz de Fora, encontrou uma forma singular de promover conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA): vestindo-se como o Capitão América. A inspiração veio após o diagnóstico do filho, Benício, que tem autismo grau 3, e a descoberta de que ele próprio também está no espectro. Com a fantasia do super-herói, Daniel visita escolas, hospitais e praças públicas, usando um cordão de girassol — símbolo de inclusão — para criar identificação com as crianças e disseminar empatia. Sua iniciativa voluntária tornou-se um símbolo de esperança para famílias que enfrentam desafios similares.
A jornada da família começou quando perceberam que Benício, hoje com 8 anos, apresentava sinais como falta de contato visual, sensibilidade auditiva e movimentos repetitivos. O diagnóstico, obtido após meses de espera, trouxe alívio, mas também incertezas sobre os próximos passos. Em casa, os pais priorizam paciência e celebração das pequenas conquistas, como gestos cotidianos que muitos consideram simples. Daniel também compartilha sua própria experiência como autista grau 1, destacando as dificuldades para obter diagnóstico na idade adulta e a escassez de recursos especializados.
A família enfatiza que a inclusão precisa ser praticada além de datas simbólicas, exigindo políticas públicas efetivas, como escolas adaptadas e centros de terapia. Eles ressaltam a importância de grupos de apoio para compartilhar desafios e frustrações, já que a rotina de famílias atípicas é muitas vezes romantizada. A iniciativa de Daniel, aliando representatividade e educação, ilustra como a conscientização pode transformar vidas e fomentar uma sociedade mais acolhedora.