Um projeto desenvolvido por um bioquímico e seu filho de 17 anos tem registrado mais de 50 espécies de animais silvestres no Sul do Piauí, utilizando câmeras trap acionadas por sensores de movimento e calor. Desde 2020, as imagens são capturadas em uma área privada entre as serras do Saquinho e do Jacu, em Sussuapara, onde a caça é proibida. Entre as espécies documentadas estão o macaco-guariba e o veado-catingueiro, ambos ameaçados pela perda de habitat e pela caça ilegal.
As câmeras, camufladas em pontos estratégicos como bebedouros e trilhas, operam sem interferência humana, permitindo o estudo dos hábitos dos animais e suas adaptações às mudanças climáticas. O equipamento, inicialmente popularizado por pesquisadores estrangeiros no Pantanal, foi adaptado para a região da Caatinga, onde a movimentação dos animais varia conforme a estação—mais intensa na seca e reduzida nas chuvas.
As imagens são compartilhadas nas redes sociais para conscientizar sobre a conservação da fauna local, destacando ameaças como incêndios criminosos e a caça predatória. Além do monitoramento, os envolvidos no projeto também atuam no reflorestamento de áreas degradadas, produzindo mudas nativas. A iniciativa busca não apenas preservar espécies ameaçadas, mas também educar o público sobre a importância desse bioma exclusivamente brasileiro.