O padre Célio Lopes, de Aparecida (SP), construiu uma amizade de quase 20 anos com o papa Francisco, que faleceu aos 88 anos na última segunda-feira (21). Os dois se conheceram em 2007, durante a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, realizada no Santuário Nacional de Aparecida. Na época, Francisco ainda era cardeal arcebispo de Buenos Aires. A relação começou de forma descontraída, com trocas de brincadeiras e um café compartilhado após uma missa, marcando o início de uma conexão que perdurou por anos.
Ao longo do tempo, padre Célio e Francisco mantiveram contato por meio de cartas, presentes e mensagens. O religioso enviou ao papa um livro sobre a Catedral de Buenos Aires, enquanto recebeu em troca cartões, imagens religiosas e, em 2015, um solidéu durante um encontro no Vaticano. A última interação entre os dois ocorreu em 2024, quando o secretário de Francisco confirmou o recebimento de uma carta enviada por Célio, agradecendo pelo gesto e enviando bênçãos.
O padre destacou o legado de humildade e simplicidade deixado pelo pontífice, lembrando sua proximidade com os mais necessitados e seu respeito por todas as religiões. Francisco, o primeiro papa latino-americano da história, liderou a Igreja Católica por 12 anos, deixando um impacto global. Célio guarda com carinho os objetos recebidos, que agora serão expostos ao público em Aparecida, simbolizando uma amizade que transcendeu fronteiras.