Um paciente de 62 anos, em tratamento contra um câncer de intestino há uma década, foi esquecido por mais de 30 horas em um hospital de Jaú (SP) após ser levado para uma consulta pelo transporte da Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro (SP). O homem, que utiliza uma bolsa de colostomia, ficou sem remédios, alimentação adequada ou local para dormir, passando por estresse e pressão alta durante o período. Ele relatou ter chorado de nervoso e precisou ser atendido no pronto-socorro do hospital após sentir mal-estar.
A prefeitura de Rio Claro informou que abrirá um processo administrativo para apurar o caso, enquanto o hospital afirmou que o paciente só procurou o serviço social no dia seguinte ao ocorrido. O secretário da Fundação de Saúde admitiu falhas no transporte, citando limitações na carga horária dos motoristas devido a um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho. Durante uma audiência pública, o secretário pediu desculpas pelo ocorrido e destacou que medidas estão sendo tomadas para evitar novos problemas.
O caso levanta questões sobre a qualidade do serviço de transporte para pacientes crônicos, que já haviam sido alvo de reportagens anteriores por falhas no atendimento. O hospital ressaltou que as prefeituras são responsáveis por solicitar vagas em casas de apoio, o que não foi feito no caso. Enquanto isso, o paciente só retornou para casa 33 horas após sair de Rio Claro, destacando a necessidade de melhorias no sistema de saúde público.