O governo federal projetou um superávit primário de R$ 73,4 bilhões para 2026, mas enfrenta pressões significativas a partir de 2027 devido ao crescimento das despesas obrigatórias, como precatórios e sentenças judiciais, que não poderão mais ser excluídos da meta fiscal. O secretário de Orçamento Federal alertou que o rombo pode chegar a R$ 124 bilhões em 2027, comprometendo a execução de políticas públicas. Com apenas R$ 67 bilhões disponíveis para despesas discricionárias após o custeio de emendas parlamentares, programas como investimentos em infraestrutura, bolsas de pesquisa e fiscalização ambiental podem ser impactados.
O governo reconhece a necessidade de revisar gastos obrigatórios, como benefícios previdenciários e o Proagro, para evitar a paralisia da máquina pública. A secretária-substituta do Tesouro Nacional mencionou a possibilidade de medidas para aumentar a arrecadação sem elevar a carga tributária, buscando eficiência na gestão fiscal. No entanto, negou discussões sobre adiar o pagamento de precatórios, reforçando o compromisso com as regras orçamentárias.
A situação expõe a fragilidade do orçamento federal nos próximos anos, com despesas obrigatórias consumindo espaço para investimentos e políticas públicas. A equipe econômica trabalha em alternativas para equilibrar as contas, mas o cenário de 2027 já é visto como crítico, com riscos concretos à capacidade de execução de programas governamentais essenciais.