A oposição na Câmara dos Deputados conseguiu reunir as 171 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de criação de uma CPI destinada a investigar um esquema de fraudes no INSS. A proposta, apresentada por um deputado, surge após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União identificarem irregularidades que totalizam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Onze entidades associativas estão envolvidas, acusadas de cobrar descontos indevidos de aposentados e pensionistas em troca de serviços questionáveis.
O caso ganhou destaque após revelações de que repasses federais a um sindicato ligado a aposentados aumentaram 564% entre 2020 e 2024. A situação levou à demissão do então presidente do INSS e ao afastamento de seis servidores. Durante audiência na Câmara, o ministro da Previdência afirmou que as fraudes não foram combatidas em gestões anteriores e que os responsáveis estão sendo identificados.
A decisão sobre a instalação da CPI agora cabe ao presidente da Câmara, que ainda não autorizou nenhuma comissão investigativa desde que assumiu o cargo, em fevereiro. O debate sobre o caso reforça a necessidade de evitar que organizações utilizem a estrutura pública para prejudicar beneficiários do INSS, grupo que depende desses recursos para sua subsistência.