Deputados de oposição na Câmara dos Deputados protocolaram um pedido para a criação de uma CPI destinada a investigar um esquema de fraudes no INSS, que teria causado um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. O requerimento, assinado por 185 parlamentares, atende ao número mínimo necessário para sua formalização, mas depende da aprovação do presidente da Câmara para ser instalado. A investigação visa apurar desvios de aposentadorias e pensões, envolvendo cadastros não autorizados e cobranças indevidas de mensalidades de beneficiários.
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União identificaram que associações utilizavam assinaturas falsas para descontar valores diretamente dos benefícios, muitas vezes sem o conhecimento dos idosos. O governo federal anunciou que devolverá os recursos indevidamente debitados, embora ainda não tenha detalhado o processo. Enquanto isso, o INSS revisa cadastros irregulares para mitigar os impactos e planeja realocar orçamento para ressarcir as vítimas.
A proposta da CPI é defendida como crucial por parlamentares, que comparam sua importância a investigações históricas, como as da Petrobras e do BNDES. O foco está no caráter sistêmico do esquema, que afetou principalmente aposentados e pensionistas. A instalação da comissão, no entanto, ainda aguarda a decisão do presidente da Câmara, que tem poder de autorizar ou não o início dos trabalhos.