Uma ala oposicionista do União Brasil defende a entrega do Ministério das Comunicações na próxima semana, após o feriado da Semana Santa. A nomeação do líder do partido para a pasta tem sido criticada internamente, e a situação se agravou após 67,7% dos deputados da legenda assinarem um requerimento de urgência para anistiar envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. O governo esperava que pelo menos metade da bancada rejeitasse a medida, mas a adesão maciça colocou a relação do partido com o Palácio do Planalto em xeque.
Além do União Brasil, o PSD, que também possui três ministérios no governo, registrou dissidência significativa, com 52,2% de sua bancada apoiando o projeto de anistia. Integrantes do partido alegam insatisfação com a representação no governo, especialmente no Ministério da Pesca e no de Minas e Energia. No total, 146 dos 262 deputados que assinaram o requerimento são filiados a partidos da base governista, aumentando a pressão sobre o Planalto.
O governo agora avalia como lidar com parlamentares que, mesmo ocupando cargos no Executivo, apoiaram a iniciativa do PL. Líderes governistas alertam que retaliar pode ser arriscado, já que o governo depende desses votos para projetos prioritários, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A situação expõe as fragilidades da coalizão e os desafios para manter a governabilidade.