A Justiça determinou a quebra do sigilo telemático do ex-presidente do INSS e outras 12 pessoas como parte da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal. As investigações apontam indícios de crimes envolvendo descontos irregulares em contracheques de aposentados e pensionistas, com o objetivo de identificar servidores que teriam recebido vantagens indevidas de entidades associativas. Segundo a PF, há suspeitas de que autorizações precárias foram concedidas, permitindo abatimentos sem os controles técnicos necessários.
Apesar de publicamente anunciar medidas rigorosas, como a suspensão temporária de descontos e a promessa de implementar sistemas de segurança, a direção do INSS teria autorizado exceções sem base normativa. Em junho de 2024, teria ocorrido um desbloqueio excepcional de descontos para entidades investigadas, contrariando as próprias regras estabelecidas. A PF afirma que as ações divulgadas não alcançaram o efeito prometido, com quase 800 mil novos abatimentos autorizados apenas com base em termos de compromisso.
Um dos casos sob investigação envolve a autorização de descontos em lote para uma confederação, sem que houvesse verificação adequada das informações apresentadas. Documentos indicam que pareceres favoráveis foram emitidos por servidores que posteriormente receberam valores suspeitos de intermediários. A operação busca apurar se houve conflito de interesses e desvio de recursos, potencialmente atingindo bilhões de reais.