Deputados criticaram a atuação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após uma operação da Polícia Federal (PF) revelar desvios que podem chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo as investigações, servidores públicos cobravam mensalidades indevidas diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização. Seis funcionários foram afastados, incluindo o presidente da autarquia, e a PF emitiu 211 mandados para apurar o esquema, que já havia sido denunciado anteriormente por parlamentares.
Os parlamentares destacaram o impacto devastador dos descontos ilegais, que afetam a dignidade de quem depende do dinheiro para medicamentos e aluguel. O governo federal suspendeu todos os acordos de cooperação técnica que permitiam cobranças automáticas por organizações da sociedade civil, medida que visa garantir transparência futura. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) afirmou que a investigação busca preservar o direito de associação voluntária, desde que comprovada a concordância dos beneficiários.
A operação expôs falhas graves na gestão do INSS, com parlamentares defendendo mudanças para evitar conluios com bancos e associações. O líder de um partido lembrou que as fraudes começaram em 2019, mas foram desbaratadas após investigações sigilosas iniciadas em 2023. A suspensão dos convênios é vista como um passo necessário para restabelecer a confiança no sistema, enquanto as apurações continuam em andamento.