A Polícia Federal identificou um esquema estruturado de lavagem de capitais e ocultação de bens, envolvendo a criação de empresas offshore em paraíso fiscal. Segundo as investigações da Operação Overclean, três empresas foram constituídas nas Ilhas Virgens Britânicas em novembro de 2024, com o objetivo de dificultar o rastreamento de recursos ilícitos e proteger valores ligados a atividades criminosas. A complexidade do método tem desafiado os investigadores, que buscam determinar o montante exato enviado ao exterior.
Além das offshores, contratos particulares, conhecidos como “de gaveta”, teriam sido utilizados para esconder a propriedade de imóveis adquiridos com dinheiro de origem suspeita. Documentos e mensagens apreendidos em celulares e na sede de uma empresa forneceram pistas cruciais para a descoberta do esquema. A defesa dos investigados afirmou que todos os fatos serão esclarecidos perante as autoridades competentes, assim que tiverem acesso completo aos autos.
A operação, que teve sua primeira fase deflagrada em dezembro de 2024, já resultou na apreensão de R$ 1,5 milhão em um jatinho em Brasília. O caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal devido à citação de um parlamentar com foro privilegiado, que nega qualquer irregularidade e ressalta que não tem responsabilidade sobre a execução de verbas públicas. As investigações continuam em andamento.