Uma investigação da Polícia Federal expôs um suposto esquema de desvios de recursos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com movimentações suspeitas superiores a R$ 24,5 milhões em cinco meses. Segundo documentos obtidos pela reportagem, valores descontados irregularmente de aposentados e pensionistas teriam sido repassados a servidores do órgão por meio de empresas intermediárias. A operação identificou a utilização de entidades associativas e sociedades de propósito específico para dificultar o rastreamento dos recursos.
O esquema envolvia a criação de empresas a partir de 2022, algumas delas vinculadas a um lobista apontado como figura central na operação. As investigações mostram que os recursos eram redistribuídos entre contas bancárias de diferentes empresas, totalizando mais de R$ 49 milhões em nove meses. Além disso, foram identificadas aquisições de imóveis de alto valor, incompatíveis com a renda declarada pelos envolvidos.
A Controladoria-Geral da União (CGU) destacou irregularidades em associações que tinham presidentes idosos ou com perfis incompatíveis para a gestão financeira. O governo prometeu devolver os valores fraudados aos beneficiários afetados. A operação também levou ao afastamento de servidores do INSS, incluindo um ex-diretor e um procurador-geral, enquanto as investigações continuam para apurar a extensão dos desvios.