A Polícia Federal deflagrou a operação Sem Desconto para investigar descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS. Auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram que 70% das 29 entidades analisadas não possuíam documentação regularizada, e a maioria dos 1.300 beneficiários entrevistados afirmou não ter consentido com os descontos. As entidades envolvidas, que firmaram Acordos de Cooperação Técnica com o INSS, não tinham estrutura para prestar os serviços prometidos, levando à suspensão dos contratos e a medidas judiciais contra 11 delas.
O governo determinou a suspensão dos descontos automáticos e disponibilizou um canal no aplicativo Meu INSS para que beneficiários possam solicitar a exclusão de cobranças indevidas. Durante a operação, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e seis prisões temporárias, além do afastamento de seis servidores do INSS, incluindo seu presidente. Entre os crimes investigados estão corrupção, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro, com apreensão de bens de luxo e valores em espécie.
Autoridades reforçaram a necessidade de transparência e legalidade no processo, enquanto algumas entidades se disseram abertas a colaborar com as investigações. A CGU destacou que a falta de autorização expressa dos beneficiários e a ausência de estrutura das entidades configuram irregularidades graves. O caso segue em apuração, com atualizações previstas conforme novas informações forem divulgadas.