Aposentados e pensionistas do INSS podem ter sido vítimas de um esquema de descontos ilegais em seus benefícios desde 2016, conforme investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). A operação, batizada de “Sem Desconto”, aponta que cerca de R$ 6,3 bilhões foram retidos indevidamente entre 2019 e 2024, envolvendo associações e sindicatos que cobravam mensalidades sem autorização adequada. O caso levou ao afastamento de dirigentes do INSS e incluiu mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal.
O esquema teria se intensificado a partir de 2019, com a facilitação de descontos por meio de uma instrução normativa. As associações ofereciam serviços como planos de saúde e consultoria jurídica, mas investigações revelaram fraudes na filiação, incluindo o uso de dados sigilosos e assinaturas eletrônicas falsificadas. Em 2024, novas regras foram implementadas para coibir a prática, como a exigência de biometria, mas a medida não foi totalmente implementada.
Os beneficiários podem verificar descontos não autorizados acessando o extrato no Meu INSS e solicitar a exclusão ou bloqueio das cobranças indevidas. Além disso, é possível registrar reclamações na Ouvidoria do INSS ou no Portal do Consumidor. A investigação continua, com foco em 13 entidades suspeitas de envolvimento no esquema, que movimentou valores milionários mensalmente.