Uma investigação da Polícia Federal, batizada de Operação Sem Desconto, aponta um esquema de fraudes que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados. Segundo as autoridades, escritórios de advocacia e empresas ligadas a uma profissional do direito teriam atuado como operadores financeiros, repassando R$ 14 milhões a servidores do INSS suspeitos de corrupção. A estrutura envolvia transferências a ex-dirigentes da autarquia, com movimentações financeiras incompatíveis com o faturamento habitual dos envolvidos.
As análises da PF destacam um padrão de transações rápidas, com entradas e saídas de valores em curto prazo, além de saldos irrisórios nas contas. A investigação também identificou que a profissional dirigiu duas associações de aposentados entre 2017 e 2020, entidades que estão no centro das fraudes. Outro dado relevante foi a realização de 33 viagens internacionais em menos de um ano, incluindo destinos como Dubai, Paris e Lisboa, muitas com duração curta e grande volume de bagagens.
Até o momento, a defesa da advogada não se manifestou sobre as acusações, apesar das tentativas de contato por parte da reportagem. A investigação segue em andamento, com a PF apurando indícios de gastos luxuosos, como compras em joalherias e hotéis de alto padrão. O caso expõe uma complexa rede de desvios e reforça a necessidade de maior fiscalização sobre os benefícios previdenciários.