A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União deflagraram uma operação contra um esquema de fraudes que desviou R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024. Investigadores apontam que pelo menos 11 entidades firmaram acordos com o INSS para oferecer benefícios, como descontos em planos de saúde e academias, mas não possuíam estrutura para cumprir os serviços. Em muitos casos, assinaturas foram falsificadas para autorizar descontos nos pagamentos dos beneficiários.
As apurações revelaram que 70% das entidades auditadas apresentavam documentação irregular ou inexistente para justificar os descontos. Os convênios permitiam que valores fossem retidos diretamente dos benefícios, muitas vezes sem o consentimento dos segurados. O governo federal suspendeu todos os acordos com as entidades envolvidas e orientou os prejudicados a recorrerem ao portal ‘Meu INSS’ para solicitar a reversão dos descontos indevidos.
A investigação teve início em 2023 pela CGU e, após indícios de crimes, foi encaminhada à PF em 2024. O ministro da Justiça confirmou a abertura de 12 inquéritos policiais. Entre as entidades investigadas estão sindicatos e associações que atuavam em parceria com o INSS, mas não cumpriam os requisitos legais para operar. O caso expõe falhas na fiscalização de contratos e no controle de descontos aplicados a beneficiários.