Uma ação conjunta da Polícia Federal, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho libertou dois estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão na cidade de Planura, no Triângulo Mineiro. As vítimas, aliciadas por falsas promessas de trabalho, enfrentaram cárcere privado, agressões físicas e verbais, além de exploração laboral sem remuneração. Denúncias recebidas pelo Disque 100 indicavam que uma delas estava há oito anos em situação degradante, enquanto outra, uma mulher transexual, sofreu um AVC durante o período de exploração.
Os investigados, presos em flagrante, utilizavam plataformas para recrutar pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente da comunidade LGBTQIAPN+, oferecendo trabalho, moradia e acolhimento. Testemunhas confirmaram marcas de agressões e indícios de violência sexual e extorsão. Em um dos casos, a vítima foi coagida a tatuar as iniciais dos patrões, simbolizando posse.
As vítimas recebem assistência médica, psicológica e jurídica por meio das Clínicas de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia e do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos. A operação, batizada de “Novo Amanhã”, expõe a persistência de redes criminosas que exploram trabalhadores em condições desumanas, destacando a necessidade de políticas mais efetivas de combate ao tráfico de pessoas.