O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou a Operação Curari Domi nesta quarta-feira (30) para apurar um suposto esquema criminoso envolvendo serviços de internação domiciliar (home care) custeados pelo estado. Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em residências e empresas de cinco cidades, além da apreensão de armas e munições. A investigação surgiu após um aumento expressivo de ações judiciais solicitando o serviço, com 976 processos registrados entre 2015 e 2024, gerando gastos de aproximadamente R$ 60 milhões apenas em 2024.
Segundo o MPRN, foram identificadas irregularidades, como laudos médicos similares assinados pelos mesmos profissionais para pacientes diferentes, além da contratação recorrente de certos advogados, inclusive para usuários sem condições financeiras. Também há indícios de superfaturamento, diferenças entre valores faturados e serviços prestados, e inclusão de medicamentos e equipamentos não utilizados. O esquema envolveria empresários, advogados, médicos e servidores públicos, atuando de forma coordenada para beneficiar grupos específicos de prestadores.
A Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap) afirmou ter colaborado com as investigações, fornecendo dados sobre contratos e serviços determinados pela Justiça. O material apreendido será analisado para apurar a participação de outros envolvidos. A operação busca esclarecer as irregularidades e responsabilizar os agentes do suposto esquema, que prejudicou os cofres públicos e a eficiência do serviço de home care.