Um piloto afirmou à Polícia Federal que era comum transportar dinheiro vivo em jatinhos pertencentes a um empresário investigado na Operação Overclean, que apura suspeitas de corrupção e desvio de verbas públicas. Em depoimento, o piloto disse não saber a origem ou o destino dos valores, nem quantas vezes o transporte ocorreu. Durante a operação, em dezembro de 2024, foram apreendidos R$ 1,5 milhão em outra aeronave, onde também estava presente um ex-coordenador de órgão público. O dinheiro foi encontrado em bagagens de mão, e o piloto declarou não ter conhecimento da quantia a bordo.
A investigação aponta que o esquema envolvia contratos suspeitos com prefeituras em vários estados, totalizando mais de R$ 825 milhões em 2024. Documentos apreendidos pela PF sugerem a existência de uma contabilidade informal relacionada a pagamentos ilícitos e patrimônios não declarados. As autoridades também examinam possível participação de parlamentares na indicação de emendas, embora um deputado citado negue qualquer irregularidade, alegando que a fiscalização da execução das verbas não é de responsabilidade dos legisladores.
A Operação Overclean continua em andamento, com foco em desvendar as conexões entre empresários, servidores públicos e agentes políticos. As investigações estão sendo conduzidas com base em provas documentais e depoimentos, mas ainda não há conclusões definitivas sobre a extensão do esquema. O caso foi encaminhado ao STF devido ao foro privilegiado de um dos envolvidos.