A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deram início à Operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de cobranças não autorizadas em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. Denúncias sobre o problema já haviam sido relatadas há cerca de um ano, com casos de descontos ilegais em contracheques, muitas vezes sem o conhecimento dos beneficiários. Investigadores identificaram que associações teriam utilizado falsificações de assinaturas para vincular pessoas a mensalidades indevidas, levando à suspensão de contratos com 11 entidades.
Vítimas relataram dificuldades para reaver os valores descontados, sendo necessário recorrer à Justiça ou solicitar o bloqueio manualmente por meio do aplicativo Meu INSS. O presidente do INSS foi afastado do cargo no mesmo dia em que a operação foi deflagrada, após decisão judicial. Auditorias da CGU revelaram que 97% dos entrevistados não autorizaram os descontos, reforçando a escala do problema.
O ministro da Justiça destacou que os aposentados foram alvos fáceis devido à vulnerabilidade da faixa etária. Para evitar novas cobranças indevidas, o INSS estabeleceu regras mais rígidas, exigindo autorização formal com assinatura eletrônica avançada e biometria. Apenas entidades habilitadas por acordo técnico com o instituto podem realizar descontos, restritos a aposentadorias e pensões por morte, excluindo benefícios assistenciais ou temporários.