A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Sem Desconto, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), para investigar um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Onze entidades, incluindo sindicatos e associações, são alvo da ação, suspeitas de realizar cobranças sem autorização ou sob falsa alegação de obrigatoriedade. Segundo as investigações, os descontos irregulares somaram R$ 7,99 bilhões, com quase 100% dos casos sem amparo legal.
Entre as entidades investigadas está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cujo vice-presidente afirmou que a organização não cometeu irregularidades e já passou por auditorias anteriores. A PF, no entanto, aponta que os acordos firmados com o INSS para descontos em folha foram usados de forma fraudulenta. Uma amostra com 1,3 mil beneficiários entrevistados revelou que a maioria não autorizou os descontos ou acreditava que eram obrigatórios.
A operação resultou no afastamento de seis servidores públicos, incluindo o então presidente do INSS, que pediu demissão após determinação do governo federal. A CGU destacou a necessidade de apurar responsabilidades e coibir práticas ilegais que prejudicam aposentados e pensionistas. As investigações continuam para identificar todos os envolvidos no esquema.